sexta-feira, 4 de maio de 2012

1a Guerra Mundial

1ª Guerra Mundial – Antecedentes Vários problemas atingiam as principais nações européias no início do século XX. O século anterior havia deixado feridas difíceis de curar. Alguns países estavam extremamente descontentes com a partilha da Ásia e da África, ocorrida no final do século XIX. Alemanha e Itália, por exemplo, haviam ficado de fora no processo neocolonial. Enquanto isso, França e Inglaterra podiam explorar diversas colônias, ricas em matérias-primas e com um grande mercado consumidor. A insatisfação da Itália e da Alemanha, neste contexto, pode ser considerada uma das causas da Grande Guerra. Vale lembrar também que no início do século XX havia uma forte concorrência comercial entre os países europeus, principalmente na disputa pelos mercados consumidores. Esta concorrência gerou vários conflitos de interesses entre as nações. Ao mesmo tempo, os países estavam empenhados numa rápida corrida armamentista, já como uma maneira de se protegerem, ou atacarem, no futuro próximo. Esta corrida bélica gerava um clima de apreensão e medo entre os países, onde um tentava se armar mais do que o outro. Existia também, entre duas nações poderosas da época, uma rivalidade muito grande. A França havia perdido, no final do século XIX, a região da Alsácia-Lorena para a Alemanha, durante a Guerra Franco Prussiana. O revanchismo francês estava no ar, e os franceses esperando uma oportunidade para retomar a rica região perdida.O pan-germanismo e o pan-eslavismo também influenciou e aumentou o estado de alerta na Europa. Havia uma forte vontade nacionalista dos germânicos em unir, em apenas uma nação, todos os países de origem germânica. O mesmo acontecia com os países eslavos. O início da Grande Guerra O estopim deste conflito foi o assassinato de Francisco Ferdinando, príncipe do império austro-húngaro, durante sua visita a Saravejo (Bósnia-Herzegovina). As investigações levaram ao criminoso, um jovem integrante de um grupo Sérvio chamado mão-negra, contrário a influência da Áustria-Hungria na região dos Balcãs. O império austro-húngaro não aceitou as medidas tomadas pela Sérvia com relação ao crime e, no dia 28 de julho de 1914, declarou guerra à Servia. Política de Alianças Os países europeus começaram a fazer alianças políticas e militares desde o final do século XIX. Durante o conflito mundial estas alianças permaneceram. De um lado havia a Tríplice Aliança formada em 1882 por Itália, Império Austro-Húngaro e Alemanha ( a Itália passou para a outra aliança em 1915). Do outro lado a Tríplice Entente, formada em 1907, com a participação deFrança, Rússia e Reino Unido. O Brasil também participou, enviando para os campos de batalha enfermeiros e medicamentos para ajudar os países da Tríplice Entente. Desenvolvimento. As batalhas desenvolveram-se principalmente em trincheiras. Os soldados ficavam, muitas vezes, centenas de dias entrincheirados, lutando pela conquista de pequenos pedaços de território. A fome e as doenças também eram os inimigos destes guerreiros. Nos combates também houve a utilização de novas tecnologias bélicas como, por exemplo, tanques de guerra e aviões. Enquanto os homens lutavam nas trincheiras, as mulheres trabalhavam nas indústrias bélicas como empregadas. Fim do conflito Em 1917 ocorreu um fato histórico de extrema importância : a entrada dos Estados Unidos no conflito. Os EUA entraram ao lado da Tríplice Entente, pois havia acordos comerciais a defender, principalmente com Inglaterra e França. Este fato marcou a vitória da Entente, forçando os países da Aliança a assinarem a rendição. Os derrotados tiveram ainda que assinar o Tratado de Versalhes que impunha a estes países fortes restrições e punições. A Alemanha teve seu exército reduzido, sua indústria bélica controlada, perdeu a região do corredor polonês, teve que devolver à França a região da Alsácia Lorena, além de ter que pagar os prejuízos da guerra dos países vencedores. O Tratado de Versalhes teve repercussões na Alemanha, influenciando o início da Segunda Guerra Mundial. A guerra gerou aproximadamente 10 milhões de mortos, o triplo de feridos, arrasou campos agrícolas, destruiu indústrias, além de gerar grandes prejuízos econômicos. A Tecnologia Vai à Guerra Mais importantes inovações tecnológicas militares aconteceram durante a Primeira Guerra Mundial que em qualquer outra guerra na história. Com a única exceção importante da bomba atômica, todos os meios importantes de guerra da Segunda Guerra Mundial foram meramente melhorias ou modificações das armas em 1918. As Aeronaves e a Guerra Aérea. Embora os balões tivessem sido usados em guerras mais cedo – como na Guerra Civil Americana e na Guerra Franco-Prussiana – o vôo dirigido e controlado sério sobre o chão tinha menos que uma década e meia quando a Primeira Guerra Mundial começou. No princípio duas variedades de aeronave foram usadas: o rígido balão dirigível mais-leve-que-o-ar, ou aeróstato, e o avião mais-pesado-que-o-ar. O tipo melhor-conhecido e mais bem-sucedido de aeróstato dirigível era o zepelim Alemão. Os aviões eram versões grandemente melhoradas do protótipo cru primeiro voado (1903) nos Estados Unidos pelos irmãos Wright e na França pelo Brasileiro Santos Dumont em 1906. Os Alemães usaram seus zepelins em várias incursões de alta-altitude em Paris e em Londres, mas muito antes do fim da guerra os Alemães abandonaram as incursões em massa dos zepelins porque os rapidamente aperfeiçoados aviões Aliados eram capazes de escalar à mesma altitude e, atirando balas de metralhadoras nas bolsas de gás hidrogênio-cheias dos dirigíveis, os transformavam em holocaustos aéreos. Os zepelins eram usados para o transporte a longa-distancia – um memorável vôo ininterrupto da Bulgária levava os suprimentos muito-necessitados ao minúsculo exército isolado Alemão do General von Lettow-Vorbeck na Africa Oriental – mas ao final da guerra o zepelim tinha sido eclipsado pelo avião de combate. A guerra aérea, por toda sua cor, romance, e glória, teve pouca influência no resultado da Primeira Guerra Mundial. Pela maior parte, a guerra aérea consistiu em vários combates individuais, mantendo pequena relação com o curso das grandes batalhas terrestres. O bombardeamento não danificou seriamente qualquer indústria de guerra, e as comunicações e linhas de suprimento no chão nunca foram rompidas a qualquer extensão importante. Basicamente, a guerra aérea de 1914-18 foi uma precursora das coisas a porvir e um terreno de testes para a teoria tática e técnica. O Submarino. Os primeiros esforços para a guerra submarina foram abertos pelos Americanos nas guerras Revolucionária e Civil. Porém, os verdadeiramente efetivos submersíveis militares fizeram seu aparecimento na Primeira Guerra Mundial. Antes de 1914 alguns pensadores navais Alemães tinham visto o potencial do submarino como um meio de compensar o domínio mundial da Inglaterra no mar molestando e tentando bloquear as vulneráveis linhas ultramarinas de comunicações da Grã-Bretanha. Quase funcionou. A campanha submarina de 1917 quase forçou a Inglaterra para fora da guerra, mas o sistema de escolta salvou a Inglaterra, e no final das contas os submarinos não foram mais uma séria ameaça. O Tanque. Tão dramático e importante como uma nova arma quanto o avião e o submarino, o tanque também demonstrou um potencial que chegaria a ser percebido completamente só na guerra subseqüente. Ao final da Primeira Guerra Mundial o tanque estava se tornando uma força principal nas batalhas terrestres. Ele era lento, incômodo, e vulnerável à artilharia hostil, mas ele poderia prover mobilidade e potência de fogo ao atacante. O Gás Tóxico. O gás tóxico foi, em grande parte por causa de sua cautela e seus fumos asfixiantes, o maior terror-inspirador de todas as armas da guerra. Contramedidas logo reduziram o gás tóxico a pouco mais que um meio de molestamento, mas seu potencial mortal levou a um acordo internacional, o Protocolo de Genebra de 1925, proibindo o gás tóxico como um meio de guerra. A Metralhadora. Como o avião e o submarino, a metralhadora foi uma invenção Americana que foi melhorada na Europa. Cedo na Primeira Guerra Mundial seu valor foi demonstrado como uma arma defensiva. Em combinação com as trincheiras, o arame farpado, e as cápsulas de artilharia alto-explosiva, a metralhadora dominou o longo beco sem saída das trincheiras entre fins de 1914 e o começo de 1918. Os Alemães finalmente reconheceram o potencial ofensivo da metralhadora e abriram caminho para o desenvolvimento das metralhadoras leves para prover potência de fogo móvel dentro de cada esquadrão. A Artilharia e Altos Explosivos. O persuasivo canhão tinha dominado os campos de batalha da Europa nos tempos Napoleônicos. Aquele domínio tinha súbita e dramaticamente desaparecido na Guerra Civil Americana, quando o rifle se tornou a arma mais letal no campo de batalha. Porém, três novos desenvolvimentos imediatamente antes da Primeira Guerra Mundial restabeleceram a artilharia ao seu lugar como o árbitro das batalhas. Estes eram a precisa, e rápida arma de campo com sofisticado mecanismo de recuo e trava de fechamento-rápido; as cápsulas alto-explosivas que poderiam varrer grandes áreas com explosões destrutivas e estilhaços com garras de aço; e, talvez mais importantes, os novos meios de comunicação rápida por telefone, que permitiram colocar armas atrás das linhas de cumes e florestas e atirar sobre essas máscaras em alvos que as artilharias não podiam ver, seguindo direções telefonadas de observadores facilmente escondidos nas linhas de frente. Os projéteis em tubos de artilharia também atingiram seu pleno potencial de letalidade durante a Primeira Guerra Mundial. A arma de campo Francesa de 75 mm, desenvolvida em 1897 – a mais efetiva peça de artilharia da guerra – remanesceu uma arma útil quando a Segunda Guerra Mundial começou em 1939; a arma de longo alcance Alemã que descascou Paris no começo de 1918 tinha um dos alcances de fogo mais longos de qualquer canhão balístico. As Comunicações Eletrônicas. Os telefones de campo não só revitalizaram a artilharia, mas eles também proveram comunicação instantânea entre os comandantes e as unidades subordinadas. Embora os fios fossem vulneráveis ao fogo da artilharia hostil e pudessem ser cortados por ousadas patrulhas noturnas, eficientes equipes de reparos poderiam manter os telefones operando debaixo de quase qualquer condição. Um novo meio de comunicação eletrônica também apareceu durante a Primeira Guerra Mundial, apenas 10 anos depois de sua invenção – o rádio. Seus sinais invisíveis não podiam ser cortados pelo fogo da artilharia ou cortadores de arame, embora meios de esmagar a transmissão logo foram descobertos – da mesma maneira que a evasão. O rádio permitiu a instalação muito mais rápida das comunicações, à alcances mais longos distantes, do que era possível com telefones de campo. Poucas melhorias foram feitas nos telefones de campo desde a Primeira Guerra Mundial; melhorias na transmissão de rádio, porém, têm sido contínuas, com o potencial futuro da eletrônica na guerra ainda ilimitado. As Consequências. A tecnologia aumentada da Primeira Guerra Mundial tinha grandemente ampliado o potencial da humanidade para matar, mas também se esperava que esta “guerra para terminar todas as guerras” tinha servido como uma lição para as nações e que a matança futura poderia ser evitada. A Liga das Nações foi estabelecida para resolver as disputas internacionais pacificamente, e o Pacto Kellogg-Briand (1928) buscou proscrever a guerra completamente. Muitos aspectos da determinação de paz de Versalhes, porém, semearam as sementes do conflito futuro. As severas penalidades arrecadadas contra a Alemanha criaram a instabilidade econômica e política e assim ajudaram a ascenção de Adolf Hitler. Como a erupção da Segunda Guerra Mundial provaria 20 anos depois, a humanidade ainda não tinha encontrado o caminho da paz. Fonte: http://br.geocities.com/inations/wwar1.htm A pequena e charmosa cidade de Ypres, na Bélgica, já havia entrado no mapa da guerra no final do ano passado, por causa de uma das mais ferozes contendas entre britânicos e alemães nesta Grande Guerra. Naquela ocasião, os homens da Força Expedicionária Britânica, na maioria veteranos da Guerra dos Boeres, atropelaram os jovens estudantes voluntários que compunham as oito unidades germânicas em uma carnificina que ficou conhecida na Alemanha como "O Massacre dos Inocentes de Ypres". Em busca da vingança, os alemães lançaram no último dia 22 de abril uma avançada mortífera que não apenas surpreendeu os aliados como também causou ultraje na opinião pública internacional. Cinco mil mortos em dez minutos, sem derramamento de sangue: é o resultado assombroso do ataque com gás de cloro às frentes aliadas em Ypres. É a primeira ofensiva do gênero a ser registrada em larga escala na história militar do planeta. De acordo com o relato de sobreviventes, "apocalipse" é uma palavra que descreve com exatidão a batalha. Os alemães dispuseram 22.000 cilindros contendo 160 toneladas de gás no front de Langemarck, ao norte de Ypres, cujas fronteiras eram defendidas por franceses e canadenses - a primeira divisão imperial britânica a chegar ao front europeu. Na ensolarada tarde de 22 de abril, depois de um bombardeio voraz, uma nuvem cinza-esverdeada começou a viajar das trincheiras alemãs em direção aos oponentes. Em questão de poucos minutos, o pânico se instaurou entre os aliados, que, desesperados, com as mãos na garganta, cambaleantes, tossiam em retirada. Dos 10.000 homens que defendiam a cidade belga, a metade morreu em consequência do efeito asfixiante do gás, que mata ao forçar os pulmões a produzir fluidos suficientes para afogar a vítima. Outros 2.000 aliados, inertes, foram capturados pelos alemães. Munidos de modernas máscaras respiratórias, avançaram com tranquilidade pelos três quilômetros de linhas de frente abandonados pelos defensores. Quid pro quo - Na verdade, as forças tedescas já haviam usado projéteis com brometo xílico (conhecido como gás lacrimejante) no início do ano, contra tropas russas no rio Rawka, a oeste de Varsóvia. Porém, as temperaturas baixas neutralizaram o efeito do agente químico - e ele congelou em vez de se vaporizar. A revolta generalizada diante da matança em Ypres se dá porque a Alemanha é uma das signatárias da Convenção de Haia, que proíbe terminantemente o uso de armas químicas ou venenosas. Das grandes forças mundiais, apenas os italianos, os americanos e os turcos não assinam o pacto. Desde o final do século passado, cientistas alertam para o potencial apocalíptico desta qualidade de armamento de destruição em massa. Todos sabiam, porém, que era questão de tempo até que ela fosse usada num front de guerra. Cientes da péssima repercussão do assalto em Ypres, os alemães preparam um dossiê para justificar seus atos, alegando que foram os franceses os primeiros a rasgar a Convenção de Haia ao lançar granadas com gás ainda no início da guerra. Circula ainda nas câmaras militares alemãs um documento interceptado do Ministério da Guerra francês, datado de 21 de fevereiro, detalhando as aplicações e as medidas de proteção a serem tomadas pelas tropas quando do uso de granadas e cartuchos com gases que estariam sendo fabricadas pelas fábricas francesas. "Para todos que mantiverem um julgamento imparcial, os documentos oficiais a serem apresentados pela administração militar alemã serão suficientes para provar o uso anterior de gases asfixiantes por nossos oponentes", garante um oficial alemão, que pediu anonimato até a divulgação do material. http://veja.abril.com.br/historia/primeira-grande-guerra-mundial/1915-abril-batalha-galipoli/morte-ar-primeiro-ataque-gas-ypres.shtml Nas trincheiras de Verdun – França ..."Com os pés enterrados, sacudo pedaços de barro gelado que me pesam nas mãos... Retomo a minha marcha, as pernas abertas, atravessando a terra mole desbarrancada, sondando prudentemente a lama que esconde buracos. Apesar de tudo, às vezes, o lugar onde lancei meu impulso se desmancha, o barro puxa minha perna, a agarra, a paralisa; tenho que fazer um grande esforço para libertá-la. Do fundo do buraco que logo se encheu de água, meu pé tira uma confusão de fios onde reconheço a linha telefônica. Justamente aí aparece o telefonista encarregado de consertar as linhas, tem o rosto contraído pelas agulhas geladas da chuva:"Que caos! Não sobrou nada aí dentro! Só barro e cadáveres!". Sim, cadáveres. Os mortos nos combates de outono, que haviam sido enterrados superficialmente na barreira de proteção da trincheira, aparecem aos pedaços nos desprendimentos de terra". Fonte: Texto adaptado de Paul Tuffrau. 1914-1918, quatre années sur le front : Carnets d'un combattant. Paris: Imago, 2004. Para saber mais: Durante 10 meses, ao redor de 300 dias, do 21 de fevereiro ao 19 de dezembro de 1916, alemães e franceses protagonizaram na Primeira Guerra Mundial aquela que foi considerada a mais longa, violenta e mortífera de todas as batalhas que a história militar registrou. Travada ao redor da antiga cidadela de Verdun, em território francês, ela passou a ser, para aqueles que dela participaram, sinônimo de inferno, o Inferno de Verdun. Uma hecatombe que devorou durante o ano de 1916 a vida e a saúde de mais de 700 mil soldados. Cifra de baixas impressionante, tratando-se de uma só batalha, mais do que em qualquer outro momento da história. Fonte: Voltaire Schilling – O inferno de Verdun.

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