sexta-feira, 22 de maio de 2009

Irlanda teve "abuso endêmico" cometido por padres e freiras











Estado delegou cuidado de crianças a reformatórios onde eram violentadas, conclui comissão
Fonte : Folha de S. Paulo

Apuração levou dez anos entrevistando ex-internos; vítimas se revoltaram com ausência de nomes dos molestadores no texto

DA REDAÇÃO

Comissão instalada há dez anos pelo governo da Irlanda para investigar casos de maus-tratos contra crianças em reformatórios, orfanatos e escolas técnicas geridos pela Igreja Católica concluiu em relatório divulgado ontem que a prática de abusos físicos e sexuais nesses locais era "endêmica".
Segundo o relatório, elaborado por uma comissão liderada pelo juiz Sean Ryan, da Corte Suprema irlandesa, instituições administradas por ordens religiosas da década de 1930 aos anos 90 e encarregadas pelo Estado de cuidar de crianças e jovens infratores ou provenientes de "famílias disfuncionais" impunham um "terror" cotidiano a seus internos.
A reação das vítimas ao tão aguardado relatório foi de revolta, já que nenhum nome dos agressores e molestadores foi divulgado. A omissão é resultado de decisões judiciais conseguidas nos últimos anos pelas ordens religiosas encarregadas pelo Estado de administrar os reformatórios.
Foram entrevistados cerca de mil ex-internos de mais de 200 instituições que, estima-se, receberam cerca de 30 mil pessoas em seis décadas e meia.
O relatório responsabiliza os administradores diretos dos reformatórios -padres e freiras católicos-, seus superiores hierárquicos -bispos e arcebispos- e o Estado irlandês pelos abusos. "Crianças viviam o terror cotidiano de não saber de onde viria a próxima surra", diz o texto.

Fome e humilhações
O documento fala que muitos, com fome, tinham que procurar comida em latas de lixo. Num dos exemplos de maus-tratos e humilhações, é descrito o castigo de um garoto que teve que lamber excrementos da sola do sapato de um padre.
Os responsáveis diretos pela administração dos reformatórios, apurou a comissão, praticavam rotineiramente violências físicas e, em alguns casos, estupraram crianças.
"Quando confrontados com provas de abusos sexuais, a resposta das autoridades religiosas era a transferência do acusado para outros locais, onde, muitas vezes, estavam livres para agir de novo", diz o texto.
O Estado é responsabilizado por não ter impedido os abusos. Quando autoridades eram alertadas sobre os problemas, "mantinham-se em silêncio".
Com a ausência de nomeação dos responsáveis, ninguém deve ser processado com base no documento.
O coordenador do grupo Sobreviventes de Abuso Infantil (Soca, na sigla em inglês), John Kelly, diz ter recebido ligações ontem, ao longo do dia, de vítimas dessas instituições. "Eles sentem que suas feridas foram reabertas a troco de nada. Prometeram-lhes justiça, e agora se sentem traídos."
Muitas das crianças que chegavam a esses reformatórios e escolas administrados pela igreja eram filhos de mães solteiras ou acusados de pequenas infrações.



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Com agências internacionais

Lula, Dilma, plano B e Aécio

Leia o artigo de Kennedy Alencar da Folha On Line



A oposição tem o hábito de subestimar a inteligência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É um erro porque contamina a eficiência de sua estratégia. Com informação errada, a chance do insucesso só faz crescer. Exemplo mais recente: levar a sério a ideia de que Lula deseja disputar um terceiro mandato consecutivo.

Quem realmente tem informação do que se passa no núcleo do governo sabe que isso é bobagem. Lula rejeita tal tese por uma série de motivos. Citemos apenas três. Convicção de que seria um retrocesso institucional, argúcia política e noção exata de que seria uma batalha de alto custo e baixo benefício.

O presidente acredita que articular uma nova alteração da regra do jogo presidencial seria pedagogicamente danoso à democracia. Lula gosta do reconhecimento externo que conquistou. Deseja fazer política internacional quando passar a faixa ao sucessor em 1º de janeiro de 2011. A tese do terceiro mandato só o diminuiria aos olhos da comunidade internacional. Passaria a imagem de velho caudilho latino-americano.

Outro senão: o petista seria acusado de repetir Fernando Henrique Cardoso, presidente da República que patrocinou a casuística mudança constitucional de 1997 para poder concorrer à reeleição em 1998. Mais: Lula dirá que o povo até queria, mas ele teria pensado na estabilidade democrática mais do que FHC. No duelo algo pessoal com o tucano, levaria vantagem.

O governo está passando sufoco no Senado com a CPI da Petrobras. Está vendo o que é depender e confiar no PMDB. Alguém imagina o custo de aprovar uma emenda constitucional naquela Casa? São necessárias duas votações com quórum qualificado _três quintos, o que dá 49 dos 81 senadores. Lula teria de entregar a Petrobras, o pré-sal e até as meias para aprovar uma mudança desse tipo. De bobo e louco, Lula não tem nada.

Melhor patrocinar uma candidatura com alta chance de sucesso. Por ora, é Dilma. Não tem plano B autorizado por Lula. Em 2014, ele poderia ser candidato novamente, a depender do prestígio futuro. No cenário de eleger o sucessor e de disputar com sucesso em 2014, Lula poderia até tentar concorrer em 2018. Tem gente no PT que pensa em 20 anos de poder.

A oposição bate na tecla do terceiro mandato achando que desgasta Lula. Avalia que transmite a ideia de que ele está louco para ceder a uma tentação chavista. No entanto, pode estar somente fortalecendo o presidente, transmitindo a imagem de que ele é tão bom que não tem substituto à altura.

*
Quem fala no plano B

Os políticos que mais desejam uma alternativa à ministra Dilma Rousseff, caso a chefe da Casa Civil desista de ser candidata, são os aliados do PMDB. No PT, só gente de quinta categoria pensa no assunto. Mas eles têm algo em comum: estão instalados no poder e não desejam sair dele. Daí falar em terceiro mandato ou noutro nome para o lugar de Dilma.

As especulações de plano B são muitas e incipientes. Todas devem ser vistas com o devido desconto. O ex-ministro Antonio Palocci Filho, que tem a tatuagem da violação do sigilo do caseiro, é o primeiro da fila. O ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, agrada a parcela do PMDB. Facilitaria um acordo em Minas. Apoio a Patrus para a Presidência em troca do suporte à candidatura do ministro Hélio Costa (Comunicações) ao Palácio da Liberdade. Michel Temer, presidente do PMDB, poderia ser vice para compor uma chapa café com leite e fazer frente à dupla tucana Serra-Aécio.

Pura opinião: Lula vai de Dilma.

*
Jogo tucano

É natural que o governador de Minas, Aécio Neves, tenha ficado chateado com a revelação de que ele fez acordo com o colega de São Paulo, José Serra. Aécio aceitou ser vice de Serra, condicionando isso a uma saída honrosa. A intenção era anunciar o acordo em agosto ou setembro, enquanto a ministra Dilma ainda deverá estar em recuperação, a fim de acelerar uma ofensiva para fazer alianças com o PMDB nos Estados.

A repercussão da divulgação do acordo gerou atrito no PSDB. Aécio se sentiu traído por seus colegas de partido. Ele precisa de tempo para construir um discurso de saída no qual leve vantagem: popularizar o seu nome pelo país, pois ainda tem alta taxa de desconhecimento para quem deseja disputar a Presidência.

A divulgação da notícia afetou esse cronograma, que, talvez, precise ser alterado e leve o mineiro exigir uma prévia mais restrita, no começo de 2010, a fim de dar caráter natural a uma união que formaria uma chapa bastante competitiva.

Kennedy Alencar, 41, colunista da Folha Online e repórter especial da Folha em Brasília. Escreve para Pensata às sextas e para a coluna Brasília Online, sobre bastidores do poder, aos domingos. É comentarista do telejornal "RedeTVNews", de segunda a sábado às 21h10, e apresentador do programa de entrevistas "É Notícia", aos domingos à meia-noite.

sábado, 16 de maio de 2009

Enquanto isso no Paquistão : "Vamos fugir...desse lugar baby...."






16/05/2009 - 15h27
Mais de 1,1 mi deixam vale do Swat no pior êxodo em 62 anos
da Folha Online

O alto comissário da ONU para Refugiados António Guterres disse neste sábado que chegou a 1,171 milhão o número de pessoas que fugiram do vale do Swat (Paquistão) desde o último dia 2 de maio por causa da intensificação dos ataques das forças de segurança paquistanesas contra os integrantes do grupo islâmico radical Taleban estabelecidos naquela região. Esses refugiados irão se unir a outros 565 mil, que vivem no nordeste do país.

Conforme grupos de defesa dos direitos humanos, o atual êxodo é o maior no Paquistão desde a sua separação da Índia, em 1947.

Saiba mais sobre a ofensiva
Entenda a origem dos talebans

Neste sábado, o Exército paquistanês permanece às portas da cidade de Mingora, a principal do vale do Swat, e famílias continuam fugindo a pé ou em caminhões e tratores lotados, para se refugiarem em acampamentos. "Não é hora para fazer gestos simbólicos. [...] É hora de fechar um apoio em massa", disse Guterres.

Emilio Morenatti/AP

Paquistaneses fogem com seus pertencentes do conflito entre forças do Paquistão e o Taleban no vale do Swat

Os "gestos simbólicos" de que Guterres falou são uma provável referência à promessa de doação de dinheiro feita nesta sexta-feira (15) pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, ao colega paquistanês, Asif Ali Zardari, após uma reunião em Paris.

Por pressão dos Estados Unidos, o Paquistão intensificou recentemente as ofensivas contra integrantes do grupo fundamentalista islâmico do Taleban estabelecidos no Swat e mais dois distritos vizinhos. Só neste sábado, 47 supostos talebans foram mortos, informou o Exército paquistanês. Desde o início da ofensiva, cerca de 970 suspeitos e 48 soldados foram mortos.

Não há informações sobre baixas entre civis, embora os insurgentes denunciem dezenas de mortes de mulheres e crianças.

"Nossas forças de segurança estão chegando por diferentes direções e conseguiram provocar muitas mortes", disse o porta-voz militar paquistanês major-general Athar Abbas, à imprensa. Segundo ele, as tropas paquistanesas cercam Mingora para "isolar e bloquear a escapada de terroristas". Não há informações sobre quantos civis continuam em Mingora.

Para o Paquistão, muitos talebans cortaram suas barbas (um símbolo de identificação dos insurgentes) para escapar, em meio aos civis, dos alvos do Exército paquistanês. Nenhum porta-voz dos talebans comentou as declarações do Exército.

Com France Presse e Reuters

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Enem terá ao menos duas edições por ano

Folha de S.Paulo
Objetivo é se adaptar ao calendário das federais que têm mais de um vestibular anual, segundo ministro da Educação

No primeiro semestre de 2010, a prova deve ocorrer entre março e abril; edição deste ano está marcada para 3 e 4 de outubro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

O novo Enem, criado para substituir o vestibular nas universidades federais, terá pelo menos duas edições por ano, disse ontem o ministro Fernando Haddad (Educação).
A ideia é se adaptar ao calendário das universidades -algumas fazem mais de um vestibular por ano. A prova deste ano ocorrerá em outubro; a primeira de 2010, em março ou abril.
Há a possibilidade de o MEC promover mais de duas edições por ano, mas isso depende de orçamento, afirmou o ministro.
Até agora, 21 das 55 universidades federais anunciaram que vão aderir ao exame como única forma de seleção; sete não vão usar a prova neste ano.

Razões da mudança
O antigo Enem foi criado para o aluno se autoavaliar. Depois, passou a fazer parte do vestibular de faculdades e foi utilizado para comparar os desempenhos das escolas.
O ministério tem dois objetivos com a mudança: unificar a seleção de calouros para as federais e reestruturar o currículo do ensino médio.
O governo federal também entende que o modelo atual, em que cada universidade tem o seu vestibular, prejudica os estudantes com menor renda, que precisam se deslocar para diversas cidades.
Na nova modalidade, o número de questões passa de 63 para 200, mais a redação. Serão dois dias de prova.
As notas do Enem não terão validade limitada, já que o nível de dificuldade será sempre o mesmo. Um aluno pode, por exemplo, usar a nota de 2009 em uma seleção de 2011.
O novo exame é inspirado no modelo americano de seleção (SAT), que acontece sete vezes por ano. Ontem, o ministro apresentou a reitores das universidades a lista de conteúdos e habilidades exigidos na prova.
A ideia é que o novo Enem mantenha a maneira como as perguntas hoje são formuladas, privilegiando a capacidade de raciocínio em detrimento da memorização. A prova deverá ainda exigir um pouco mais de conteúdo informativo, mas sem decoreba.
A lista desses conteúdos será divulgada hoje no site do MEC. Segundo o ministro, ela corresponderá àquilo que já é ensinado hoje no ensino médio, até para que os estudantes não sejam prejudicados. "O aluno que se saía bem no vestibular tradicional vai se sair igualmente bem no novo Enem", afirmou.
Amaro Lins, presidente da Andifes (associação dos reitores das universidades federais), diz que na prova de matemática, por exemplo, será avaliada a capacidade de interpretação de gráficos e a ligação de disciplina com fenômenos do dia a dia.
Um simulado será divulgado pelo MEC nas próximas semanas. No exame, as 200 questões terão diferentes níveis de dificuldade. As mais complexas são fundamentais para permitir uma melhor seleção de alunos em carreiras mais concorridas, como medicina.análise

Em 400 anos, provas quase não mudaram
HÉLIO SCHWARTSMAN
DA REDAÇÃO

Apesar da revolução científica e de avanços na pedagogia, a noção de prova escolar sofreu muito poucas alterações desde sua criação pelos jesuítas quatro séculos atrás.
Tamanha estabilidade se justifica: o conceito funciona. Não é preciso mais do que fazer algumas perguntas aos alunos para distinguir aqueles que dominam a matéria dos que aprenderam pouco. Embora muitos tentem, é difícil enganar uma prova.
Mesmo testes de múltipla escolha, criticados por nove entre dez pedagogos, são bastante eficientes na hora de separar bons de maus alunos.
Estudo da Fuvest divulgado em 2005 mostrou que, se a segunda fase do exame (da qual constam as questões dissertativas) fosse eliminada, a relação final dos aprovados mudaria pouco, de 3% a 6%. Ou seja, em um curso com 50 vagas oferecidas, no máximo três vestibulandos que não estivessem entre os 50 mais bem posicionados nos testes da primeira etapa seriam aprovados por conta de seu desempenho nas respostas escritas.
Isso não significa que não haja vantagens em substituir os vestibulares pelo Enem. Elas existem e são muitas. As mais palpáveis são de ordem logística. O candidato a uma vaga no ensino superior não precisaria mais submeter-se a uma maratona de provas. Também seria poupado das múltiplas taxas de exame cobradas pelas universidades.
Igualmente interessante, o sistema de ensino superior ganharia mobilidade. Um aluno formado no Nordeste, por exemplo, munido de sua nota nacional teria melhores condições de pleitear vagas em instituições do Sudeste.
Outro efeito positivo tende a dar-se sobre a organização dos "curricula". Atualmente, são os principais vestibulares que, numa inversão de papéis, acabam definindo o que as escolas ensinam. Um colégio pode até querer ensinar linguística em vez de gramática prescritiva ou mecânica quântica no lugar de física newtoniana -posições em princípio justificáveis-, mas dificilmente o fará porque precisa responder à demanda de preparar seus alunos para o vestibular.
Se o novo Enem de fato ganhar aceitação e firmar-se como uma prova que valorize mais a capacidade de raciocínio do que a memorização de conteúdos, as escolas não precisariam desdobrar-se para cobrir toda a matéria exigida nos vestibulares. Reencontrariam, então, espaço para trabalhar melhor o que consideram ser suas prioridades e até para experimentar um pouco mais.

domingo, 10 de maio de 2009

A gripe, o enxofre, o bolso, a vida

CLÓVIS ROSSI- Na Folha de S. Paulo


SÃO PAULO - Existe no ar de todas as cidades brasileiras um agente muito mais assassino do que o vírus H1N1, mas que merece até proteção das autoridades.
Chama-se enxofre, do tipo altamente poluente usado nos veículos brasileiros. Como é do hábito tapuia, aqui a concentração de enxofre no diesel é obscenamente mais elevada até mesmo do que em alguns países da América Latina, região que está longe de ser um paradigma . Aqui, a concentração é de 2.000 PPM contra 15 nos Estados Unidos, por exemplo.
Mata 3.000 pessoas por ano na cidade de São Paulo, pela contabilidade de Oded Grajew, do Movimento Nossa São Paulo.
Que mata foi reconhecido pelas autoridades, dado que uma resolução já antiga (2002) do Conselho Nacional do Meio Ambiente obrigava a Petrobras a reduzir a concentração de enxofre a partir de janeiro deste ano. Logo, as indústrias automobilísticas deveriam pôr na rua veículos adaptados para o combustível menos sujo.
De acordo com outro hábito tapuia, a indústria automobilística até produz motores prontos para o diesel menos mortal. Mas só para exportação. Quem manda não termos todos olhos azuis?
Recursos daqui e dali contra a data (só contra ela, não contra o caráter assassino do diesel aqui usado), e a resolução do Conama foi jogada para 2014. Ou seja, concedeu-se licença para matar por mais cinco anos. Oficialmente.
Novos recursos para antecipar a vigência do combustível menos poluente -e eis que sai a sentença do juiz Marcus Vinicius Kiyoshi Onodera, da 2ª Vara da Fazenda de São Paulo: nada de antecipar nada. O principal motivo alegado é que "a última e recente crise econômica afetou de forma profunda esse setor da economia", referindo-se à indústria automobilística.
Então, tá. A vida não é nada. O lucro é sagrado.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Dicas de Leitura Maio 2009

As máquinas aceleram
Sinais de retomada surgem em todos os setores empresariais
http://www.terra.com.br/istoedinheiro/edicoes/605/as-maquinas-aceleram-sinais-de-retomada-surgem-em-todos-os-133820-1.htm

Entenda o conflito entre governo e rebeldes separatistas no Sri Lanka
http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u507652.shtml

Guerra no Afeganistão fortaleceu Taleban; saiba mais sobre o grupo
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u539509.shtml

"Vírus da gripe suína não é mais grave que o de gripe comum", diz especialista
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u563062.shtml

Novo vestibular já recebeu a adesão de 25 universidades federais
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u563203.shtml

Brasil e Paraguai não fecham acordo sobre Itaipu
http://www.estadao.com.br/noticias/economia,brasil-e-paraguai-nao-fecham-acordo-sobre-itaipu-,367527,0.htm

América do Sul está preparada para a gripe, diz OMS
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,america-do-sul-esta-preparada-para-a-gripe--diz-oms,367663,0.htm

Mapa da gripe Suína
http://www.estadao.com.br/especiais/mapa-da-gripe-suina,56142.htm

"A cultura do Brasil é de degradação"
http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2060/a-cultura-do-brasil-e-de-degradacao-ambientalista-diz-que-132804-1.htm

A energia que vem das estradas
Através de geradores, israelenses transformam o tráfego intenso de veículos em eletricidade
http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2060/tecnologiaa-energia-que-vem-das-estradasatraves-de-geradores-israelenses-transformam-132839-1.htm

Gripe Suína -
http://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2009/gripesuina/

África do Sul encerra apuração com vitória do partido governista; Zuma deve ser novo presidente
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u556208.shtml

Lula diz que não há crime em deputado levar mulher para Brasília com passagem da Câmara
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u559135.shtml

Justiça e PF iniciam operação para retirada de não índios da Raposa/Serra do Sol
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u559100.shtml

Os eletrônicos "verdes"
























Tecnologia
Fonte : Isto é
Celular feito de plástico, laptop de bambu e impressora que usa borra de café em vez de tinta - a natureza está "limpando" a tecnologia

Luciana Sgarbi


Vai bem a convivência entre a indústria de eletrônica e aquilo que é politicamente correto na área ambiental. É seguindo essa trilha "verde" que na semana passada a Motorola anunciou o primeiro celular do mundo feito de garrafas plásticas recicladas. Ele se chama W233 Eco e é também o primeiro telefone com certificado CarbonFree, que prevê a compensação do carbono emitido na fabricação e distribuição de um produto.

Se um celular pode ser feito de garrafas, por que não se produz um laptop a partir do bambu? Essa ideia ganhou corpo com a fabricante taiwanesa Asus: trata-se do Eco Book que exibe revestimento de tiras dessa planta. Computadores "limpos" fazem uma importante diferença no efeito estufa e para se ter uma noção do impacto de sua produção e utilização basta olhar o resultado de uma pesquisa da empresa americana de consultoria Gartner Group. Ela revela que a área de TI (tecnologia da informação) já é responsável por 2% de todas as emissões de dióxido de carbono na atmosfera.


ECO BOOK A fabricante Asus desenvolveu um laptop com tiras de bambu

Além da pesquisa da Gartner, há um estudo realizado nos EUA pela Comunidade do Vale do Silício. Ele aponta que a inovação "verde" permitirá adotar mais máquinas com o mesmo consumo de energia elétrica e reduzir os custos de orçamento. "Com a crise mundial, a busca por equipamentos que preservem o meio ambiente será bastante forte", diz Russel Hancock, executivo-chefe da Fundação da Comunidade do Vale do Silício.

Hancock acredita que as tecnologias "verdes" também conquistarão espaço pelo fato de que, atualmente, conta pontos junto ao consumidor ter-se uma imagem de empresa sustentável. O estudo da Comunidade do Vale do Silício chegou às mãos do presidente da Apple, Steve Jobs, e o fez render-se às propostas do "ecologicamente correto" - ele era duramente criticado porque dava aval à utilização de mercúrio, altamente prejudicial ao meio ambiente, na produção de seus iPods e laptops.


SUSTENTÁVEL O celular feito de garrafas plásticas e a impressora que usa café ou chá para imprimir documentos

Preocupado em não perder espaço, Jobs lançou a nova linha do Macbook Pro com estrutura de vidro e alumínio, tudo reciclável. E a RITI Coffee Printer chegou à sofisticação de criar uma impressora que, em vez de tinta, se vale de borra de café ou de chá no processo de impressão. Basta que se coloque a folha de papel no local indicado e se despeje a borra de café no cartucho - o equipamento não é ligado em tomada e sua energia provém de ação mecânica transformada em energia elétrica a partir de um gerador. Se pensarmos em quantos cafezinhos são tomados diariamente em grandes empresas, dá para satisfazer perfeitamente a demanda da impressora.

Chegou !!!






Casos Confirmados 3253
Casos Suspeitos 4359
Mortes no Mundo 48

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Gripe suína pode ameaçar hemisfério sul no inverno, diz OMS

04/05/2009 - 15h10

da Folha Online

O diretor adjunto da OMS (Organização Mundial da Saúde), Keiji Fukuda, afirmou nesta segunda-feira que ainda não há evidências de transmissão em larga escala do vírus da gripe suína, denominado oficialmente A (H1N1), fora da América do Norte. Ele ressaltou, contudo, que há um movimento do vírus em direção ao hemisfério sul, onde a gripe suína pode virar uma epidemia com a aproximação do inverno, estação típica de surtos de gripes sazonais.


Segundo as últimas estatísticas da OMS, os casos da gripe suína confirmados em testes de laboratório chegam a 1.003, em 20 países. Estes números incluem 25 mortes no México e uma morte nos Estados Unidos.

Fukuda afirmou ainda que a maioria dos casos está concentrado na América do Norte, já que os contágios registrados na Ásia, Europa e América Latina estão relacionados com pessoas que viajaram ao México.

Em relação a Espanha e Reino Unido, os dois países europeus com o maior número de pessoas infectadas, Fukuda ressaltou que se tratam de "casos relacionados com viagens".

Daniel Aguilar /Reuters

Passageiros usam máscaras no metrô da Cidade do México para evitar contaminação por gripe suína

"Não temos certeza de quando recorrermos à fase 6, nem se o faremos", disse, se referindo ao nível máximo na escala de alerta pandêmico da OMS.

"Se o vírus se movimentar ao hemisfério sul, quando ocorrerá isso? Simplesmente é muito difícil de prever e não quero levantar falsas expectativas", explicou.

Em todo caso, reiterou que representantes da OMS vêm dizendo há dias que elevar ao máximo o nível de alerta revelaria que há uma transmissão fácil e regular do vírus de pessoa para pessoa em mais de uma região do mundo, mas não seria um indicador de que a doença é grave.

"A ideia é determinar o quão longe o vírus se expandiu", insistiu Fukuda.

México

fukuda falou ainda da diminuição da incidência da gripe suína no México. "Há uma confusão a respeito deste fenômeno. As pessoas imaginam que uma pandemia surge em todos os lugares ao mesmo tempo", explicou.

O especialista esclareceu que é uma ideia errônea, pois o que pode ocorrer em uma pandemia é que em alguns lugares o vírus registre uma atividade intensa e alcance picos, enquanto em outros ocorra o contrário.

Fukuda lembrou que é isso o que acontece com as epidemias da gripe sazonal, durante o inverno, e advertiu que com esse novo vírus é provável que o padrão se repita.

Sobre a medida adotada pelas autoridades da China e de Hong Kong de restringir o movimento de cidadãos mexicanos que se encontram em seus territórios, Fukuda evitou comentar, mas disse que a quarentena é "uma medida razoável em uma situação específica".

Conforme explicou, a quarentena é diferente do isolamento, pois no primeiro envolve pessoas que se suspeita que possam estar infectadas em um ambiente em que é possível observar a evolução de seus sintomas, enquanto no segundo implica cortar o contato com o exterior.

Caso se declare o nível de alerta 6, tais medidas seriam inúteis "porque não se pode colocar todo mundo em quarentena", completou.

Fukuda disse ainda que cientistas da OMS tentam determinar certas características ainda desconhecidas do vírus, como seu período de incubação e os fatores que o tornam mais agudos em certos locais.

Com Efe e Reuters

domingo, 3 de maio de 2009

Gripe Espanhola - História

Gripe de 1918 matou entre 20 milhões e 100 milhões no mundo; leia trecho de livro

da Folha Online

A "Gripe de 1918", também conhecida como "Gripe Espanhola", é apontada como a mais devastadora de todos os tempos. Historiadores estimam que o vírus matou entre 20 milhões e 100 milhões de pessoas em diversos países do mundo.

"Acabou tão misteriosamente como surgiu. E quando tudo estava terminado, a humanidade havia sido abalada por uma doença que em poucos meses tinha matado mais gente do que qualquer outra enfermidade na história do mundo", afirma a americana Gina Kolata, repórter especializada em ciências do New York Times e autora do livro "Gripe: A História da Pandemia de 1918" (Record, 2002).

No livro, a repórter americana conta a história da mortífera "Gripe de 1918", investiga sua origem e revela os erros e acertos dos homens que tentaram combatê-la.

Leia abaixo trecho de introdução do primeiro capítulo do livro.

Atenção: o texto reproduzido abaixo mantém a ortografia original do livro e não está atualizado de acordo com as regras do Novo Acordo Ortográfico. Conheça o livro "Escrevendo pela Nova Ortografia".

*
Logo a praga estava por toda parte. E ninguém estava a salvo. A doença afetou os jovens e saudáveis. Um dia você estava muito bem, forte e invulnerável. Podia estar ocupado, trabalhando em seu escritório. Ou talvez estivesse tricotando um cachecol para as tropas de bravos soldados que lutavam na guerra para acabar com todas as guerras. Ou talvez você fosse um soldado recebendo treinamento básico, pela primeira vez longe de casa e da família.

Divulgação

Capa do livro "Gripe: A História da Pandemia de 1918", de Gina Kolata
Você começava sentindo uma forte dor de cabeça. Seus olhos começavam a arder. Vinham os calafrios e você ia para a cama, enrolado em cobertores. Mas não havia nem manta nem cobertor que conseguisse aquecê-lo. Você adormecia sem repousar, delirando e tendo pesadelos à medida que a febre aumentava. E quando você começava a despertar, entrando num estado de semiconsciência, seus músculos doíam e sua cabeça latejava e, de alguma maneira, ficava sabendo aos poucos que, embora seu corpo gritasse debilmente "não", você caminhava para a morte. Isso podia durar alguns dias, ou algumas horas, mas nada podia deter o progresso da doença. Médicos e enfermeiras aprenderam a reconhecer os sinais. Seu rosto assumia um tom castanho arroxeado escuro. Você começava a tossir sangue. Seus pés ficavam pretos. Por último, quando o fim já estava próximo, você sentia uma terrível falta de ar. Uma saliva tingida de sangue saía de sua boca. Você morria --afogado, na verdade-- à medida que seus pulmões enchiam-se de um líquido avermelhado.

E quando fosse fazer a autópsia, o médico observaria que seus pulmões estavam pesados e encharcados em seu peito, saturados de um líquido sanguinolento ralo, inútil, como pequenos pedaços de fígado.

A praga de 1918 foi chamada de gripe, mas não era como nenhuma outra gripe já vista. Parecia mais a concentração de alguma profecia bíblica, algo como o Apocalipse, que dizia que o mundo seria primeiro assolado pela guerra, depois pela fome e, em seguida, com o rompimento do quarto selo do rolo de pergaminho prevendo o futuro, o aparecimento de um cavalo, "amarelo-pálido; o que estava montado nele tinha por nome Morte e seguia-o o Inferno".

A praga irrompeu em setembro daquele ano e, ao terminar, meio milhão de americanos haviam morrido. A doença espalhou-se às partes mais remotas do globo. Alguns povoados esquimós foram dizimados, praticamente eliminados da face da terra. Vinte por cento dos habitantes da Samoa Ocidental pereceram. E onde quer que atacasse, o vírus infectava um grupo normalmente de pequeno risco - jovens adultos que em geral são poupados da devastação das doenças infecciosas. As curvas de mortalidade tinham a forma de "W", com picos para os bebês e crianças com menos de 5 anos, para os mais velhos na faixa de 70 a 74 anos e para pessoas de 20 a 40 anos de idade.

Crianças tornavam-se órfãs, famílias eram destruídas. Alguns sobreviventes diziam ter sido algo tão horrível que não queriam sequer falar no assunto. Outros tentavam interpretá-la como mais um pesadelo da guerra, assim como a luta nas trincheiras e o gás mostarda. Ela veio quando o mundo estava cansado da guerra. Varreu o globo em meses e, junto com a guerra, se foi. Acabou tão misteriosamente como surgiu. E quando tudo estava terminado, a humanidade havia sido abalada por uma doença que em poucos meses tinha matado mais gente do que qualquer outra enfermidade na história do mundo.

Quando pensamos em pragas, imaginamos terríveis e estranhas doenças. Aids. Ebola. Esporos de Antraz. E, naturalmente, a Peste Negra. Preocupamo-nos com sintomas horripilantes --pústulas ou golfadas de sangue saindo por todos os orifícios. Ou homens jovens, que tinham o físico de deuses olímpicos, reduzidos a figuras esqueléticas, cambaleando pelas ruas com seus membros raquíticos, apoiando-se em bengalas, tiritando de frio. Hoje nossa preocupação é a guerra biológica - um novo vírus feito de uma combinação de varíola e antraz ou varíola e Ebola. Ou nos preocupamos com a possibilidade de uma nova doença terrível estar sendo incubada em algum lugar, em uma região quente, e estar sendo preparada, com a destruição de antigas florestas, para de repente surgir e matar a todos nós.

Mas a gripe jamais figura na lista das pragas letais. Ela parece ser inócua. Aparece no inverno e todos a contraem mais cedo ou mais tarde. Uma vez que alguém adoece, não existe um tratamento eficiente, mas isso não importa. Praticamente todo mundo fica bem novamente, muito poucos não se recuperam. Trata-se apenas de uma doença inconveniente, que inflige, em geral, cerca de uma semana de sofrimento. Não se supõe que gripe seja uma doença letal, pelo menos para adultos jovens, que têm poucas razões para temer a morte e as enfermidades. O próprio nome em inglês e em italiano, influenza, insinua sua característica de aparecer periodicamente a cada inverno. Influenza é uma palavra italiana que, sendo uma hipótese, foi cunhada pelas vítimas da doença na Itália em meados do século XVIII. Influenza di freddo significa "influência do frio".

A gripe parece ser entretanto inevitável. Ela se dissemina pelo ar e pouco pode ser feito para evitar que sejamos infectados. "Eu sei como contrair Aids", diz Alfred W. Crosby, um historiador da gripe de 1918. "E não sei como pegar gripe."

E talvez porque a gripe seja tão familiar, o terror que provocou em 1918 foi muito assustador. É como uma história macabra de ficção científica em que o que é comum torna-se monstruoso. Quando a doença foi observada pela primeira vez, os médicos relutaram mesmo em chamá-la de gripe. Parecia ser uma nova doença, diziam eles. Alguns chamaram-na de broncopneumonia, outros de infecção respiratória epidêmica. Alguns médicos sugeriram que poderia ser cólera ou tifo, ou talvez dengue ou botulismo. Outros diziam ainda que era simplesmente uma doença pandêmica não-identificada. Os que usavam o termo "gripe" insistiam em colocá-lo entre aspas.

Uma forma de se contar a história da gripe de 1918 é através de fatos e imagens, uma coleção de dados de impacto é entorpecedor e de magnitude quase inconcebível. Quantos adoeceram? Mais de 25 por cento da população dos Estados Unidos. O que se passou com os que prestavam serviço militar, aqueles rapazes jovens e saudáveis que foram os alvos favoritos do vírus? A Marinha informou que 40 por cento de seus membros contraíram a gripe em 1918. O Exército estimava que cerca de 36 por cento de seus membros foram atacados. Quantos morreram no mundo todo? As estimativas vão de 20 a mais de 100 milhões, mas o número verdadeiro jamais poderá ser conhecido. Muitos lugares atacados pela gripe não apresentam estatísticas de mortalidade e, mesmo em países como os Estados Unidos, os esforços para registrar as mortes pela gripe foram complicados pelo fato de naquela época não haver um exame definitivo que realmente mostrasse que uma pessoa tinha a gripe.

E além disso a baixa estimativa do número de óbitos é surpreendente. Em comparação, a Aids matou 11,7 milhões de pessoas em 1997. A Primeira Guerra Mundial foi responsável por 9,2 milhões de mortes em combate e por um total de cerca de 15 milhões de mortes. A Segunda Guerra por 15,9 mortes em combate. O historiador Crosby chama a atenção para o fato de que, qualquer que seja o número exato de baixas ocasionadas pela gripe de 1918, uma coisa é indiscutível: o vírus "matou mais seres humanos do que qualquer outra doença num período de mesma duração na história mundial".

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"Gripe: A História da Pandemia de 1918"
Autor: Gina Kolata