terça-feira, 15 de maio de 2012

1ª Guerra : texto aula 15/05/2012

PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Esse processo surgiu principalmente na Inglaterra no final do século 18. No decorrer do século 19, outros países iniciaram sua industrialização: os Estados Unidos, a França, a Alemanha, a Itália, a Holanda, o Japão e a Bélgica. Essa primeira fase da industrialização é chamada de Primeira Revolução Industrial, que vai de 1760 a 1860. Os principais recursos materiais utilizados nessa fase foram o ferro, o carvão, o tear mecânico e a máquina a vapor. SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Já a segunda fase do processo, que é conhecida como Segunda Revolução Industrial, dá-se entre 1860 e 1900 e se baseia no aço, na energia elétrica e em produtos químicos. A industrialização define fortemente a era contemporânea e o mundo em que vivemos hoje é fruto direto dela. O capitalismo adquiriu sua plena expressão através da industrialização. As relações sociais atuais são determinadas pela forma como se estrutura o trabalho e a luta pela sobrevivência. Além disso, muitos fatos históricos decorreram da industrialização dos países europeus e da disputa entre eles por novos mercados consumidores e fontes de matéria-prima. Isso explica a partilha da África ocorrida no século 19, a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e a conseqüente Segunda Guerra Mundial (1939-1945). ANTECEDENTES DA PRIMEIRA GUERRA A Primeira Grande Guerra (1914-18) foi responsável pela morte de milhões de pessoas na Europa e provocou uma transformação significativa nas correlações de força entre os países industrializados. FATORES 1ª GUERRA Normalmente são apresentados três fatores mais importantes responsáveis pela guerra: A Política Imperialista sobre as áreas de colonização, a Questão Balcânica e o Revanchismo Francês; Mesmo esses dois últimos somente podem ser entendidos no contexto da expansão capitalista, portanto a Primeira Guerra foi na verdade uma guerra imperialista que envolveu os grandes interesses de potências industrializadas O IMPERIALISMO O final do século XIX, principalmente após a Conferência de Berlim (1885), foi caracterizado pela corrida armamentista. Nesse período, conhecido por "Paz Armada", várias nações instituíram o serviço militar obrigatório e os exércitos passaram a ter maior influência na vida política. Esse processo deveu se ao desenvolvimento do capitalismo monopolista e do neo-colonialismo, que caracterizam o imperialismo. As grandes potências industriais adotaram a política expansionista para garantir o controle sobre os mercados afro-asiáticos, a partir da concepção de que o desenvolvimento industrial da cada nação somente seria possível na medida em que houvesse o controle sobre grandes mercados. Essa mentalidade imperialista foi responsável não só pelo militarismo, como também por maior exaltação nacionalista. O NACIONALISMO O nacionalismo desenvolveu-se desigualmente nos países imperialistas, fruto das condições anteriores ao imperialismo. Tradicionalmente considera-se a Alemanha como a maior expressão de nacionalismo, na verdade, muito mais pelos desdobramentos que essa mentalidade teve durante a Segunda guerra, do que pela sua real importância no final do século XIX. Na Itália o sentimento nacionalista esteve presente nas duas grandes revoluções do século XIX ( em 1830 e 1848) e novamente no processo de unificação. Na França o nacionalismo esteve presente na Revolução Francesa, manifestado principalmente no ideal de “fraternidade"; se bem que a revolução acentuou a luta de classes, enquanto na Alemanha e na Itália, as unificações baseadas no discurso nacionalista cumpriram o papel inverso, encobrir as desigualdades, característica fundamental do nacionalismo. Mesmo nos EUA, onde não existe o nacionalismo clássico, este encontrou seu equivalente na Teoria do Destino Manifesto, de origem calvinista, que serviu como justificativa ideológica para o expansionismo ao longo do século XIX e para a formação de sua política intervencionista conhecida por "Big Stick". A QUESTÃO BALCÂNICA Desde o final do século XIX, com a decadência do Império Turco e o processo de independência dos povos da região balcânica, é que esse território tornou-se alvo de múltiplos interesses. A Áustria pretendia ampliar sua influência sobre a região e iniciar um processo de expansão. A mesma política foi desenvolvida pelos russos, que utilizaram o argumento "pan-eslavista", e havia ainda os interesses peculiares à própria região, em especial o dos sérvios, que pretendiam construir a "Grande Sérvia". O REVANCHISMO O revanchismo francês desenvolveu-se após a humilhação de 1871, quando da proclamação do II Reich Alemão no Palácio de Versalhes. Nas casas e escolas as crianças francesas foram estimuladas a exaltar o patriotismo e a aceitar o sacrifício pelo seu país. Na verdade esse revanchismo (a palavra tem sentido negativo) não deixa de ser uma manifestação nacionalista (palavra que normalmente tem sentido positivo) que desenvolveu-se ao mesmo tempo em que as estruturas políticas do país foram se tornando mais liberais, possibilitando maior participação, estimulando o senso crítico e a noção de cidadania, portanto situação contrária vivida pela Alemanha, onde o nacionalismo seguiu a orientação de um estado centralizado e forte. IMIGRAÇÃO DA EUROPA Chegada de imigrantes na Ellis Island, Nova Iorque, em 1904. Durante o século XIX e início do século XX, a situação econômica e política em países da Europa como a Itália, a Alemanha a Espanha e a Irlanda, e de diversos povos e minorias que viviam sob o domínio dos impérios austro-húngaro, russo e otomano produziu grandes levas de imigrantes. Por outro lado, nações do Novo Mundo com rápida expansão econômica na indústria ou agricultura (Estados Unidos da América, Brasil, Argentina, Uruguai, Chile) necessitavam aumentar sua mão-deobra para continuar sua expansão. O resultado foi uma grande imigração européia para as Américas, principalmente de: • Italianos, que se estabeleceram principalmente nos Estados Unidos, Brasil, Chile, Argentina e Uruguai; • Espanhóis, que se radicaram na Argentina, Chile, Brasil e Cuba; • Portugueses, que se fixaram nos Estados Unidos, Brasil, Canadá e, Venezuela; • Alemães, que se dirigiram para os Estados Unidos, Brasil, Argentina e Chile; • Croatas, se dirigiram para Chile, Argentina e Brasil. • Eslavos, Poloneses, Russos e Ucranianos, que se radicaram nos Estados Unidos, Canadá, Brasil e Argentina. Alguns desses povos ou grupos eram vítimas de discriminações e perseguições em seus países de origem, como os judeus da Europa Oriental, e os armênios que viviam no Império Otomano. Nos países de acolhimento muitos encontraram tolerância, liberdade religiosa e condições de prosperarem economicamente. Um exemplo foi o pintor expressionista Lasar Segall, russo de origem judia, que emigrou para o Brasil e tornou-se um dos mais destacados nomes da arte moderna do país. IRLANDA A GRANDE FOME DA BATATA Na segunda metade da década de 1840, as terras da ilha da Irlanda, então possessão da Grã-Bretanha, foram acometidas por um terrível fungo que atacou as plantações de tubérculos. Tratou-se da tristemente célebre praga da batata, que provocou um dos maiores surtos de fome da Europa moderna, matando milhares de irlandeses e obrigando outro tanto deles a emigrar para o além-mar. Poucas vezes na história a vida de um povo inteiro foi tão afetada por uma desgraça como aquela. UM POVO FAMINTO "A situação é terrivelmente grave, mas estamos nas mãos da Providência, sem possibilidade de conjurar a catástrofe em caso dela se apresentar." Os repórteres do London News enviados para os campos da Irlanda em 1849 não podiam acreditar no que viam. Eles foram para lá cobrir a Grande Fome que grassava na ilha pelo terceiro ano consecutivo, mas não imaginavam ver o que os aguardava. Onde esperavam ver a celebrada cor esmeralda das terras irlandesas, depararam-se com uma assustadora paisagem lunar. Espalhados nela, uma gente famélica, reduzida aos ossos, homens, mulheres e crianças, removia a terra como um bando de doidos. O que conseguiam catar do chão levavam logo à boca ou jogavam para os filhos, encovados e exaustos, sentados ao redor. A PRAGA DA BATATA Toda a população rural tornou-se vítima da potato blight, a terrível praga da batata, que, ano após ano, desde 1845, devorava os tubérculos, deixando o povo desesperado. As cidades encheram-se de esfaimados e de tifosos. Os armazéns eram tomados de assalto por amotinados esquálidos e coléricos enquanto proliferavam em todos os lugares das cidades maiores uma insuficiente distribuição de sopas para amparar os sobreviventes. As imagens dessa tragédia social, cujo clímax deu-se entre 1847-9, foram captadas pelos vivos desenhos dos repórteres, que, na falta da fotografia, deixaram o seu testemunho ilustrado daquelas cenas de loucura e desesperação que os acompanharam o tempo todo enquanto estiveram deambulando pela ilha. O fungo mortífero liquidara com quase toda a plantação de batata, matando, segundo estimativas modestas, quase um milhão de irlandeses pela inanição e pela doença. O conceito de Guerra Total – Eric Hobsbawm A primeira Guerra mundial, segundo Hobsbawm inaugura um período de Guerra Total, o autor considera a primeira e a segunda guerra com um único conflito. Embasado por esse conceito o autor na obra “A era dos Extremos”, ressalta o que esse confronto se diferencia dos anteriores e o porquê pode ser considerado uma guerra total. Hobsbawn destaca que não há como compreender o século XX, sem compreender a Guerra mundial. O conflito de 1914 foi tão marcante que para aqueles que nasceram antes desse período, “a paz” só existia antes desse ano. A primeira guerra entrará na memória dos europeus, sobretudo dos Ingleses e dos Franceses, maiores envolvidos no conflito, como a grande guerra. O confronto iniciado em 1914 se diferencia dos anteriores. As guerras antes de 14 eram confrontos curtos, em que o número de mortes era baixo, não havia invasão territorial e a quantidade de nações envolvidas era baixo, o contrário de tudo isso é a Guerra total. Na primeira Guerra Mundial, os confrontos foram longos, muito maiores, do que os países esperavam e se prepararam economicamente. Um ponto que destaca o autor sobre a guerra total é como a questão econômica influencia na vitória. As economias dos países após 1914 se voltavam para Guerra, a indústria, os investimentos do Estado, a mão de obra, tudo se voltava para a economia de guerra.A Guerra é total, também devido ao envolvimento da população, tanto no alistamento voluntário, como na expectativa positiva desse conflito. Esse envolvimento também pode ser entendido, pelos nacionalismos exarcerbados desse período que levavam ao ódio entre as nações.Conforme já exposto, quase toda a Europa se envolveu no conflito, o que levou a uma destruição desse continente. Um ponto que descreve Hobsbawm, é que essa guerra tem com único objetivo a destruição total do inimigo, o que será ruim para os dois lados, para o derrotado e o ganhador, Hobsbawm destaca a extremidade com que se é levado às batalhas e o quanto isso é prejudicial à Europa.As perdas são as maiores ate então, a utilização de novas armas com grande potencial de destruição, a guerra de trincheiras, cujos soldados eram expostos as piores condições possíveis e prolongavam muito o conflito, marcam essa Guerra e é por isso que ela entra para memória como a grande guerra. Enfim, a primeira Guerra conforme destaca Hobsbawm, foi um episódio de extrema carnificina que acabou por não resolver nada e ainda criou as bases para o surgimento de uma ultradireita e de uma segunda guerra mundial. Bibliografia: HOBSBAWM, Eric. “A Era dos Extremos”. São Paulo, Companhia das Letras, 1995. Capítulo 1 “A Era da Guerra Total”, p. 29 – 60.

Um comentário:

  1. Parabens Prof. milton, bom trabalho !!!
    Espero ansioso pela postagem do proximo capitulo ... 2 ,A Revolucao Mundial , SE PUDER ME ENVIAR: corpoconsular@gmail.com
    Agradecido !!!

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