segunda-feira, 4 de maio de 2009

Gripe suína pode ameaçar hemisfério sul no inverno, diz OMS

04/05/2009 - 15h10

da Folha Online

O diretor adjunto da OMS (Organização Mundial da Saúde), Keiji Fukuda, afirmou nesta segunda-feira que ainda não há evidências de transmissão em larga escala do vírus da gripe suína, denominado oficialmente A (H1N1), fora da América do Norte. Ele ressaltou, contudo, que há um movimento do vírus em direção ao hemisfério sul, onde a gripe suína pode virar uma epidemia com a aproximação do inverno, estação típica de surtos de gripes sazonais.


Segundo as últimas estatísticas da OMS, os casos da gripe suína confirmados em testes de laboratório chegam a 1.003, em 20 países. Estes números incluem 25 mortes no México e uma morte nos Estados Unidos.

Fukuda afirmou ainda que a maioria dos casos está concentrado na América do Norte, já que os contágios registrados na Ásia, Europa e América Latina estão relacionados com pessoas que viajaram ao México.

Em relação a Espanha e Reino Unido, os dois países europeus com o maior número de pessoas infectadas, Fukuda ressaltou que se tratam de "casos relacionados com viagens".

Daniel Aguilar /Reuters

Passageiros usam máscaras no metrô da Cidade do México para evitar contaminação por gripe suína

"Não temos certeza de quando recorrermos à fase 6, nem se o faremos", disse, se referindo ao nível máximo na escala de alerta pandêmico da OMS.

"Se o vírus se movimentar ao hemisfério sul, quando ocorrerá isso? Simplesmente é muito difícil de prever e não quero levantar falsas expectativas", explicou.

Em todo caso, reiterou que representantes da OMS vêm dizendo há dias que elevar ao máximo o nível de alerta revelaria que há uma transmissão fácil e regular do vírus de pessoa para pessoa em mais de uma região do mundo, mas não seria um indicador de que a doença é grave.

"A ideia é determinar o quão longe o vírus se expandiu", insistiu Fukuda.

México

fukuda falou ainda da diminuição da incidência da gripe suína no México. "Há uma confusão a respeito deste fenômeno. As pessoas imaginam que uma pandemia surge em todos os lugares ao mesmo tempo", explicou.

O especialista esclareceu que é uma ideia errônea, pois o que pode ocorrer em uma pandemia é que em alguns lugares o vírus registre uma atividade intensa e alcance picos, enquanto em outros ocorra o contrário.

Fukuda lembrou que é isso o que acontece com as epidemias da gripe sazonal, durante o inverno, e advertiu que com esse novo vírus é provável que o padrão se repita.

Sobre a medida adotada pelas autoridades da China e de Hong Kong de restringir o movimento de cidadãos mexicanos que se encontram em seus territórios, Fukuda evitou comentar, mas disse que a quarentena é "uma medida razoável em uma situação específica".

Conforme explicou, a quarentena é diferente do isolamento, pois no primeiro envolve pessoas que se suspeita que possam estar infectadas em um ambiente em que é possível observar a evolução de seus sintomas, enquanto no segundo implica cortar o contato com o exterior.

Caso se declare o nível de alerta 6, tais medidas seriam inúteis "porque não se pode colocar todo mundo em quarentena", completou.

Fukuda disse ainda que cientistas da OMS tentam determinar certas características ainda desconhecidas do vírus, como seu período de incubação e os fatores que o tornam mais agudos em certos locais.

Com Efe e Reuters

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